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Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A resposta

Por que você?
Sempre me pergunta, me coloca na parede com suas dúvidas repletas de certezas...
Por que você?
Por que me interroga se já sabe a resposta?!
...Você sabe todas as minhas respostas, todas as minhas incertezas, todos os meus porquês ...
...Você conhece todas as minhas vírgulas, os meus pontos, as minhas reticências...
Por que me pergunta se você decifra todos os meus códigos, se você lê de traz pra frente o meu olhar, as minhas mãos, o meu sorriso tão escancarado quando encontra o seu!
Por que me pergunta, se tem medo da resposta?!Se tem medo de mim, se tem medo de nós?!
Se tudo é tão claro e tão óbvio, quando meu corpo encontra o seu, a peça chave que faltava no nosso quebra-cabeça...
Sim, EU TE AMO!
E não me venha com porquês!
Não saberia explicar...pois não há recursos nem respostas humanas que compreendam o que a alma surpreende com o coração...
...Não há evidÊncias que comprovem o ser a tanta dedicação e tanto afeto!
Se a cada dia você se torna a convivência, se a cada instante vocÊ me ensina a querer...
...Se o seu olhar me acalma, o seu sorriso me devora e as suas mãos me decifram...por que não devia amar você?
E tudo que tenho a fazer é seguir confiante em descobrir no seu olhar todas as perguntas que as minhas respostas insistem em afirmar!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eu não sou rasa

não sou mais criança mas ainda assim, quando sinto suas mãos, seu respirar perto, e seu cheiro, eu cheiro mesmo, eu me entorpeço (eu me viro do avesso das suas mãos) e te toco e você me toca e não tem mais fugir, não tem mais nada, corpos que não se soltam, querendo morar no mesmo guarda-roupa.

eu deveria estar no fundo da represa, como a cor da lua, brihando, fundo, cheia, fundo, mergulhada em toda água, tocando o chão do lago com os dedos das mãos, das suas, das minhas, destas mãos, me segurando e mergulhando no fundo. de mim.

E o problema é não ser rasa, eu não sou rasa, eu choro embaixo de montanhas, eu tenho sangue aqui, corre para o lado contrário, é verdade, mas corre aqui dentro, de mim, como você...

E não ser rasa faz de tudo tão complicado, que eu só penso em comprar um par de asas, voar assim, quero mesmo é voar alto, que medo de altura eu deixei pra trás quando criança. você não...

Eu recolho meus cacos, eu colo de novo, outra composição, eu te escapo, você volta, eu te mato, você volta e me apanha no fundo do que não é raso, olha meu olho no fundo, e sabe que não é raso, e mergulha lá dentro, dizendo de beleza, que eu sou em cima de você, dentro de mim


e eu já estou afogada de novo... enquanto você ainda respira

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Assim como você

Assim com você eu tenho um lado resistente à maturidade que é ao mesmo tempo a coisa mais linda de se ver e a que mais cria armadilhas para mim mesma. Ele me faz rolar em qualquer grama de pracinha que apareça na frente e correr como louca para abraçar quem eu sinto saudades...

Faz com que eu exale uma alegria que parece nunca acabar, que eu não saiba mentir, e que guarde flores de amores passados dentro da caixinha dos meus óculos de sol. E garrafas de vinho... mensagens de celular... cartas...

Esse lado também me assusta... me assusta ter te conhecido assim de repente e ter que fazer escolhas.

Você me viciou na sua música interior, que me faz cantar distraidamente muito alto e sem nenhuma pretensão. E que me impede de cantar concentrada, com muita pretensão.

Essa síndrome de Alice me faz sonhar alto, todos os dias.Sonhar com a vida que desejo ao seu lado
Ter a certeza que te "completo e que você vai me bastar..."

E o que vejo em você... um profundo medo de não conseguir, de falhar. De escolher errado. De renunciar aos confortos por coisas que podem não dar certo...

E eu alterno certa concorrência do lado criança, com momentos parcos de seriedade e empenho. Mas só o suficiente para seguir... brincando!

A criança que nos habita jejua quando não se sente suficientemente amada.
Perde o rebolado quando seus princípios não são coerentes. E chora muito.

E do choro, emerge uma sobriedade que a faz compreender, afinal, que o mundo não gira ao meu redor nem ao seu. Que não pára quando precisamos descer.

Destas últimas lágrimas, meus olhos limpos viram que não dá... as escolhas são necessárias... muitas vezes contra o que se supõe sua natureza...

Que não é nada sua natureza, porque esta mesma foi inventada por uma Alice que insiste em continuar fazendo birra dentro de mim e de você também...

Aqui agora, vamos buscando um misto entre a criança e a velha, aquela mesma que diz “saia daqui”, nos momentos de perigo e que eu não ouço de tanto que minha infantilidade berra.

Aqui agora, continuamos nesse jogo de querer e não poder...

E nesse jogo de contradições essa nossa criança interior sofre ainda mais, por se ver sufocada por essa racionalidade engessada que só faz matar os sonhos.

Ela se transforma no meu e no seu trabalho ao invés de parques de diversões suburbanos que não têm hora para fechar.

É o caminho para a casa que eu sonho, com árvores, balanços e gatos espalhados no jardim.

É o reconhecimento da necessidade do outro. De um outro, apenas um, em cujos braços eu me reconheça.E eu me reconheci nos seus...

É a percepção de que meus medos não se originam em se provar algo para alguém. Mas em se provar para mim mesma. A mim... eu não posso mais decepcionar...e não vou!!

É compreender que, quando eu sei que não posso depositar minha confiança e esperança em algo ou alguém... eu simplesmente não devo fazer isso!

É assumir que o mundo me espanta, mas me encanta. E que devo sair por aí, devorando-o aos pedaços...Mas não todos.

Lembrar que eu já tenho um espaço construído, mesmo que mal e porcamente, e que ele também me significa: eu sou dos livros, das letras, do conhecimento, da sabedoria e das artes... eu sou. Eu não preciso ser aceita em um outro espaço. Mas posso ocupar todos os espaços, sendo quem sou.Inclusive preencher todos os seus abismos...

Saber que eu posso e preciso mudar. E que isso não significa alterar minha essência. Quem sabe, encontrar um espaço de diálogo, que me proteja das peraltices da criança, mas que me permita deitar a cabeça na grama e passar uma tarde olhando o formato das nuvens, sem me sentir culpada...

Sem me preocupar em não ter feito isso ou aquilo, sem me descredibilizar por não ter dado certo, por saber que eu tentei, demais, mas que não controlo a história de todas as coisas.Nem a nossa...