Minha lista de blogs

Minha lista de blogs

Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

Páginas

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O amor acaba (Paulo Mendes Campos)




O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.



Texto extraído do livro "O amor acaba", Editora Civilização Brasileira – Rio de Janeiro, 1999, pág. 21, organização e apresentação de Flávio Pinheiro.




Ilustração: Eleonora Goretkin



Eleonora Goretkin é uma artista bastante criativa. Tem trabalhos em diversas áreas das artes, tais como pintura, ilustração de livros, gráficos e artes comerciais, além de escritora e compositora de músicas para crianças. Bacharel em artes visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Rio de Janeiro, vive nos EUA desde 1993.





segunda-feira, 9 de abril de 2012

Para Maria da Graça (Paulo Mendes Campos)


Quando ela chegou à idade avançada de 15 anos e eu lhe dei de presente o livro Alice no País das Maravilhas.


Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.

Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. A realidade, Maria, é louca.

Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade, Dinah, já comeste um morcego?"

Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é o lugar comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.

A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas, nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados conseguem abrir uma porta bem fechada e vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.

Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo, e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece geralmente às pessoas que comem bolo.

Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser séria ou profunda.

A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon!” Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato; experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gatos se fosses eu?”.

Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os corredores chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não conseguirá saber quem venceu. Para o bolso: se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre aonde queres, ganhaste.

Disse o ratinho: "Minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois um romance é só o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energicamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo aos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.

Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo". Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.

E escuta esta parábola perfeita: Alice tinha diminuído tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida toda uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e de rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. Mas como tomar o pequeno por grande e o grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor. Toda pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para as grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de sofrimento ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.

Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".

Conclusão: a própria dor tem a sua medida. É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.



Texto extraído do livro “O Colunista do Morro”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1965, pág. 23




sábado, 15 de outubro de 2011

Ontem eu chorei

Ontem à noite eu chorei. Olhando para o nada.
Chorei porque o processo pelo qual estou descobrindo a maternidade é espantoso e diria também doloroso. Porque era uma menina perdida carregada por uma fé de mulher, mas agora sou uma mulher perdida carregada pela insegurança da menina...

Chorei porque tentar imaginar o futuro.Carregava uma flor de mal me quer e pensava quantos mal me quer existe em uma flor?...
Meu corpo está doendo de tanto espichar pra descobrir o que tem do outro lado? Será que vou conseguir fazer feliz esse meu pedacinho?!
Chorei porque por três horas, não conseguia mais acreditar e adoro acreditar.
Chorei porque perdi minha parte sensível em algum lugar e não consigo encontrar.
Chorei porque daqui em diante chorarei menos.
Chorei porque o processo de metamorfose é bonito, mas também assustador...
Sempre inacabada, sei que aprenderei muito daqui pra frente, pra sempre ter essa outra parte que me chama. Me sacode e me faz erguer a vida num chute ou então costurar aqueles pedaços rasgados. Dando ponto aqui pra fechá-lo mais adiante. .
Permiti o choro para poder fluir. Para sentir que alguém me ouviria...e aí meu pedacinho bateu asas dentro de mim...aquele frio na espinha inexplicável...
Era a naureza tão sábia, afagando o meu coração tão cheio de medos e inseguranças...
As coisas são como estão e não há choro que mude isso. Aliás, desconheço qualquer forma rápida de cura.
É preciso consciência das coisas, viver é trabalhoso e muitas vezes me atrapalho toda.
É um choro que durou alugumas horas e me rendi a ele com muita coragem. É aprendizado, lembrança. Nuvens sempre passam, momentos chuvosos também. É pensamento divino.
Era um acordar da alma. Não acredito em botões mágicos nem em choros revitalizantes. Mas acredito em fé, e nos motivos misteriosos da vida que mostra que agora é tudo novo de novo!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DELICADEZAS

Se você pensar um pouco, dizer 'sim' é maravilhoso, mas dá uma trabalheira que só vendo!!!

Então a gente descobre isso e passa a usar o 'não' pra tudo na nossa vida.
Não é não!
É tipo 'não, agora é de outro jeito'.
Você pode até considerar uma fuga. Mas eu penso que dar uma fugidinha de vez em quando é saudável. Porque, a vida acontece em função daquilo que move a tua vontade. Por isso, foco naquilo que te faz bem.
E se as coisas acontecem, é por alguma razão - talvez você entenda melhor depois dos 30 - Nada de doar seu coração antes de morrer.
Espalhe amor com atitudes dignas, caráter, música e poesia.
Ou então armazene todas essas coisas bonitas para fazer uso delas. 'Olhos de cigana obliqua e dissimulada' fica bonito só pra Capitu em romance do Machado e não na vida da gente.
Saia com o objetivo único e simples de sorrir. Todo o resto é exclusivamente isso: resto.
Ultimamente não ando muito apressada. Ando no meu tempo.
Descobri através das minhas andanças que a vida fica interessante mesmo quando a gente chega bem pertinho de ser quem a gente quase é. Agora eu sossego o coração e dou um tempo pro tempo passar bem de levinho. Agora eu ando aos sábados pela casa sem pressa de nada. Agora eu espero o trabalho dar certo, porque certas coisas não dependem da gente pra acontecer, elas são mesmo assim e não adianta ter pressa. Agora eu tenho um sorriso meio torto e um jeito estranho de andar que quase tropeço. Desaprendi as palavras sem sentido. Eu fico ali parada cheia de mundo em mim, às vezes meio cansada, um pouco nostálgica. Agora eu levanto antes. Agora eu levanto mais cedo, inspiro a fé e seguro no peito bem forte, aperto a minha mão e me levo pra onde eu quiser.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

 

Talvez corajoso não seja a palavra, mas ele é valente: não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo, ele foi perdendo a memória pra assuntos de decepção. E é só eu descuidar um cadinho, e lá vai ele amar de novo, sorriso de orelha a orelha, com tal encantamento que parece que nunca foi ferido. Dá, até gosto de ver... Se reparar bem, a gente percebe uma cicatriz aqui e ali, outras mais adiante, que cicatriz não corrige, mas ele não liga. Nem eu. Não é que seja exatamente teimoso, meu coração tem é isso de bom: gosta de amar. E eu também...fazer o que né?...

domingo, 31 de julho de 2011

O mais pesado é seu


É que a gente gosta de celebrar o que sente todo dia, sem data.
Com desapego, que é uma coisa que tenho aprendido.
A gente gosta é dos abraços sem aviso, dos encontros sem horário, dos beijos que nos faz dar risada, e também dos que damos entre risos. Coisas assim, bem a nossa cara.
A gente nem sabe direito o dia que tudo começou, a gente só sabe que é bom...
Que parece sempre novo e faz a gente querer continuar suspirando de alegria.
É que o maior motivo da gente se encontrar foi pra descobrir o adorar em outras formas.
E que gostar tem tantos significados que até me perco. Mas você me acha, sempre.
E gostar, adorar, amar...sei lá...talvez seja outra coisa.
Uma mistura de pé no chão e cabeça no teu peito.
É você ir embora mas deixar tudo comigo, olhos, cheiro, mão, palavra, riso...
Quero ficar presa dentro do teu abraço por muito tempo. Esse sentir-se livre estando presa.
É que teu abraço serve de curativo pras dores todas.
É o jeito mais fácil do meu coração alcançar o teu.
Um sentimento que vai além de dividir problemas ou riso.
Não cabe, não tem nome. Ele é.
Que a gente continue com essa sintonia que só a gente tem e com uma alegria com cara de sexta-feira-feliz.
Que é uma das coisas mais bonitas e que quero guardar pra sempre.Sempre.
E cuidar com todo carinho dessa coisa que aconteceu assim sem aviso.
E sei que coração é coisa pesada pra se dar.
Sei também que ele me pertence.
Mas mesmo assim quero dá-lo a você...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Descobertas

Sempre fui uma amante incondicional da literatura.

Lembro como se fosse hoje, quando Lídia, me apresentou o mundo dos livros, "a casa deles!", ela dizia...
Lembro daquele cheiro de poeira, ou mofo vindo das páginas amareladas...aquilo me encantou e, aos 6 anos, não sabia muito bem o porquê, mas escolhi aquela bibiblioteca como meu refugio...mais tarde vim perceber que o que tanto apreciava naquele lugar era a história que cada um daqueles livros carregavam, a história das entrelinhas, a história marcada por cada pessoa que segurou naquelas páginas, o que sentiam enquanto liam, se choraram, se estavam amando, ou sofrendo, o que tinham comido, como era sua família...
Hoje sei que todo esse amor pelos livros, pela leitura, ajudou construir quem eu sou, uma pessoa sensível ao extremo, carinhosa, muitas vezes extravagante, sonhadora, viajante...
A conversa com esses grandes espíritos do século passado ou até mesmo os de agora, tornou-me um ser verdadeiramente humano, com pele, víceras e falta de ar...
Confesso que me afastei muito dos meus "amigos", dos meus espíritos guardiões nos últimos tempos, mas apesar da distância, tem sido um encontro em grande estilo, e devoro cada palavra, cada vírgula, cada suspiro que me é dito como se fosse alimento para minha esperança...
Essa noite, não dormi direito, me veio pensamentos estranhos...quase uma viagem (estilo Capitão Planeta!), percebi que não sou eu quem escolhe os livros, eles me escolhem, eles tem vida própria, pegam meus e colocam pra fora, me fazem refletir, me acolhem, me acariciam ...
O Gabriel, já íntimo das minhas neuroses, mostrou-me que na solidão "a memória do coração elimina as más recordações e magnifica as boas, e graças a esse artifício, conseguimos superar o passado" e que "um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade", e nesse meu caminhando por essa solidão que se repete conheci um cara muito esquisito e me apaixonei perdidamente, Holden Caulfield, filho de J.D. Salinger, ele me falou coisas que sempre pensei mas nunca falei, talvez por serem "absurdas" tal como eu estar "sempre dizendo: Muito prazer em conhecê-lo, para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas pra seguir vivendo." Fiquei absurdamente envolvida quando tirou do meu íntimo algo que sempre imaginei que "... bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade..." é exatamente isso que tenho vontade de fazer agora...ligar e conversar coisas desconexas, sem sentido, falar de poesia...
Nossa despedida só não foi mais dolorosa porque conheci, um velho e sábio pescador, Sr Santiago e ao desbravá-lo percebi que "um homem pode ser destruído, mas não derrotado" e isso tem me dado muita força e paciência pra lidar com os desafios que a vida tem me imposto ultimamente...
E vou continuar com as minhas andanças literárias, me deixando ser descoberta pelo sarcasmo de Machado, fazer amor com os poemas de Vinícius e cair de cabeça no desconhecido...


P.s.: É bom saber que no meio de uma festa estranha, com gente esquisita, eu adiquiri um amigo que compartilha os mesmos pensamentos e os mesmos anseios que eu!Esse foi especialmete pra você último romântico...