Ontem à noite eu chorei. Olhando para o nada.
Chorei porque o processo pelo qual estou descobrindo a maternidade é espantoso e diria também doloroso. Porque era uma menina perdida carregada por uma fé de mulher, mas agora sou uma mulher perdida carregada pela insegurança da menina... Chorei porque tentar imaginar o futuro.Carregava uma flor de mal me quer e pensava quantos mal me quer existe em uma flor?...
Meu corpo está doendo de tanto espichar pra descobrir o que tem do outro lado? Será que vou conseguir fazer feliz esse meu pedacinho?!
Chorei porque por três horas, não conseguia mais acreditar e adoro acreditar.
Chorei porque perdi minha parte sensível em algum lugar e não consigo encontrar.
Chorei porque daqui em diante chorarei menos.
Chorei porque o processo de metamorfose é bonito, mas também assustador...
Sempre inacabada, sei que aprenderei muito daqui pra frente, pra sempre ter essa outra parte que me chama. Me sacode e me faz erguer a vida num chute ou então costurar aqueles pedaços rasgados. Dando ponto aqui pra fechá-lo mais adiante. .
Permiti o choro para poder fluir. Para sentir que alguém me ouviria...e aí meu pedacinho bateu asas dentro de mim...aquele frio na espinha inexplicável...
Era a naureza tão sábia, afagando o meu coração tão cheio de medos e inseguranças...
As coisas são como estão e não há choro que mude isso. Aliás, desconheço qualquer forma rápida de cura.
É preciso consciência das coisas, viver é trabalhoso e muitas vezes me atrapalho toda.
É um choro que durou alugumas horas e me rendi a ele com muita coragem. É aprendizado, lembrança. Nuvens sempre passam, momentos chuvosos também. É pensamento divino.
Era um acordar da alma. Não acredito em botões mágicos nem em choros revitalizantes. Mas acredito em fé, e nos motivos misteriosos da vida que mostra que agora é tudo novo de novo!
Você tá grávida, Le?
ResponderExcluirsensibilidade aflorada para além da alma.
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