Minha lista de blogs

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Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

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sábado, 15 de outubro de 2011

Ontem eu chorei

Ontem à noite eu chorei. Olhando para o nada.
Chorei porque o processo pelo qual estou descobrindo a maternidade é espantoso e diria também doloroso. Porque era uma menina perdida carregada por uma fé de mulher, mas agora sou uma mulher perdida carregada pela insegurança da menina...

Chorei porque tentar imaginar o futuro.Carregava uma flor de mal me quer e pensava quantos mal me quer existe em uma flor?...
Meu corpo está doendo de tanto espichar pra descobrir o que tem do outro lado? Será que vou conseguir fazer feliz esse meu pedacinho?!
Chorei porque por três horas, não conseguia mais acreditar e adoro acreditar.
Chorei porque perdi minha parte sensível em algum lugar e não consigo encontrar.
Chorei porque daqui em diante chorarei menos.
Chorei porque o processo de metamorfose é bonito, mas também assustador...
Sempre inacabada, sei que aprenderei muito daqui pra frente, pra sempre ter essa outra parte que me chama. Me sacode e me faz erguer a vida num chute ou então costurar aqueles pedaços rasgados. Dando ponto aqui pra fechá-lo mais adiante. .
Permiti o choro para poder fluir. Para sentir que alguém me ouviria...e aí meu pedacinho bateu asas dentro de mim...aquele frio na espinha inexplicável...
Era a naureza tão sábia, afagando o meu coração tão cheio de medos e inseguranças...
As coisas são como estão e não há choro que mude isso. Aliás, desconheço qualquer forma rápida de cura.
É preciso consciência das coisas, viver é trabalhoso e muitas vezes me atrapalho toda.
É um choro que durou alugumas horas e me rendi a ele com muita coragem. É aprendizado, lembrança. Nuvens sempre passam, momentos chuvosos também. É pensamento divino.
Era um acordar da alma. Não acredito em botões mágicos nem em choros revitalizantes. Mas acredito em fé, e nos motivos misteriosos da vida que mostra que agora é tudo novo de novo!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DELICADEZAS

Se você pensar um pouco, dizer 'sim' é maravilhoso, mas dá uma trabalheira que só vendo!!!

Então a gente descobre isso e passa a usar o 'não' pra tudo na nossa vida.
Não é não!
É tipo 'não, agora é de outro jeito'.
Você pode até considerar uma fuga. Mas eu penso que dar uma fugidinha de vez em quando é saudável. Porque, a vida acontece em função daquilo que move a tua vontade. Por isso, foco naquilo que te faz bem.
E se as coisas acontecem, é por alguma razão - talvez você entenda melhor depois dos 30 - Nada de doar seu coração antes de morrer.
Espalhe amor com atitudes dignas, caráter, música e poesia.
Ou então armazene todas essas coisas bonitas para fazer uso delas. 'Olhos de cigana obliqua e dissimulada' fica bonito só pra Capitu em romance do Machado e não na vida da gente.
Saia com o objetivo único e simples de sorrir. Todo o resto é exclusivamente isso: resto.
Ultimamente não ando muito apressada. Ando no meu tempo.
Descobri através das minhas andanças que a vida fica interessante mesmo quando a gente chega bem pertinho de ser quem a gente quase é. Agora eu sossego o coração e dou um tempo pro tempo passar bem de levinho. Agora eu ando aos sábados pela casa sem pressa de nada. Agora eu espero o trabalho dar certo, porque certas coisas não dependem da gente pra acontecer, elas são mesmo assim e não adianta ter pressa. Agora eu tenho um sorriso meio torto e um jeito estranho de andar que quase tropeço. Desaprendi as palavras sem sentido. Eu fico ali parada cheia de mundo em mim, às vezes meio cansada, um pouco nostálgica. Agora eu levanto antes. Agora eu levanto mais cedo, inspiro a fé e seguro no peito bem forte, aperto a minha mão e me levo pra onde eu quiser.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

 

Talvez corajoso não seja a palavra, mas ele é valente: não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo, ele foi perdendo a memória pra assuntos de decepção. E é só eu descuidar um cadinho, e lá vai ele amar de novo, sorriso de orelha a orelha, com tal encantamento que parece que nunca foi ferido. Dá, até gosto de ver... Se reparar bem, a gente percebe uma cicatriz aqui e ali, outras mais adiante, que cicatriz não corrige, mas ele não liga. Nem eu. Não é que seja exatamente teimoso, meu coração tem é isso de bom: gosta de amar. E eu também...fazer o que né?...

domingo, 31 de julho de 2011

O mais pesado é seu


É que a gente gosta de celebrar o que sente todo dia, sem data.
Com desapego, que é uma coisa que tenho aprendido.
A gente gosta é dos abraços sem aviso, dos encontros sem horário, dos beijos que nos faz dar risada, e também dos que damos entre risos. Coisas assim, bem a nossa cara.
A gente nem sabe direito o dia que tudo começou, a gente só sabe que é bom...
Que parece sempre novo e faz a gente querer continuar suspirando de alegria.
É que o maior motivo da gente se encontrar foi pra descobrir o adorar em outras formas.
E que gostar tem tantos significados que até me perco. Mas você me acha, sempre.
E gostar, adorar, amar...sei lá...talvez seja outra coisa.
Uma mistura de pé no chão e cabeça no teu peito.
É você ir embora mas deixar tudo comigo, olhos, cheiro, mão, palavra, riso...
Quero ficar presa dentro do teu abraço por muito tempo. Esse sentir-se livre estando presa.
É que teu abraço serve de curativo pras dores todas.
É o jeito mais fácil do meu coração alcançar o teu.
Um sentimento que vai além de dividir problemas ou riso.
Não cabe, não tem nome. Ele é.
Que a gente continue com essa sintonia que só a gente tem e com uma alegria com cara de sexta-feira-feliz.
Que é uma das coisas mais bonitas e que quero guardar pra sempre.Sempre.
E cuidar com todo carinho dessa coisa que aconteceu assim sem aviso.
E sei que coração é coisa pesada pra se dar.
Sei também que ele me pertence.
Mas mesmo assim quero dá-lo a você...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Descobertas

Sempre fui uma amante incondicional da literatura.

Lembro como se fosse hoje, quando Lídia, me apresentou o mundo dos livros, "a casa deles!", ela dizia...
Lembro daquele cheiro de poeira, ou mofo vindo das páginas amareladas...aquilo me encantou e, aos 6 anos, não sabia muito bem o porquê, mas escolhi aquela bibiblioteca como meu refugio...mais tarde vim perceber que o que tanto apreciava naquele lugar era a história que cada um daqueles livros carregavam, a história das entrelinhas, a história marcada por cada pessoa que segurou naquelas páginas, o que sentiam enquanto liam, se choraram, se estavam amando, ou sofrendo, o que tinham comido, como era sua família...
Hoje sei que todo esse amor pelos livros, pela leitura, ajudou construir quem eu sou, uma pessoa sensível ao extremo, carinhosa, muitas vezes extravagante, sonhadora, viajante...
A conversa com esses grandes espíritos do século passado ou até mesmo os de agora, tornou-me um ser verdadeiramente humano, com pele, víceras e falta de ar...
Confesso que me afastei muito dos meus "amigos", dos meus espíritos guardiões nos últimos tempos, mas apesar da distância, tem sido um encontro em grande estilo, e devoro cada palavra, cada vírgula, cada suspiro que me é dito como se fosse alimento para minha esperança...
Essa noite, não dormi direito, me veio pensamentos estranhos...quase uma viagem (estilo Capitão Planeta!), percebi que não sou eu quem escolhe os livros, eles me escolhem, eles tem vida própria, pegam meus e colocam pra fora, me fazem refletir, me acolhem, me acariciam ...
O Gabriel, já íntimo das minhas neuroses, mostrou-me que na solidão "a memória do coração elimina as más recordações e magnifica as boas, e graças a esse artifício, conseguimos superar o passado" e que "um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade", e nesse meu caminhando por essa solidão que se repete conheci um cara muito esquisito e me apaixonei perdidamente, Holden Caulfield, filho de J.D. Salinger, ele me falou coisas que sempre pensei mas nunca falei, talvez por serem "absurdas" tal como eu estar "sempre dizendo: Muito prazer em conhecê-lo, para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas pra seguir vivendo." Fiquei absurdamente envolvida quando tirou do meu íntimo algo que sempre imaginei que "... bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade..." é exatamente isso que tenho vontade de fazer agora...ligar e conversar coisas desconexas, sem sentido, falar de poesia...
Nossa despedida só não foi mais dolorosa porque conheci, um velho e sábio pescador, Sr Santiago e ao desbravá-lo percebi que "um homem pode ser destruído, mas não derrotado" e isso tem me dado muita força e paciência pra lidar com os desafios que a vida tem me imposto ultimamente...
E vou continuar com as minhas andanças literárias, me deixando ser descoberta pelo sarcasmo de Machado, fazer amor com os poemas de Vinícius e cair de cabeça no desconhecido...


P.s.: É bom saber que no meio de uma festa estranha, com gente esquisita, eu adiquiri um amigo que compartilha os mesmos pensamentos e os mesmos anseios que eu!Esse foi especialmete pra você último romântico...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O que dói...

Querida Laís,


Enquanto te escrevo, as lágrimas correm...

Queria te falar que as coisas por aqui não vão nada bem, que apesar de disfarçar brilhantemente com meu sorriso e as minhas brincadeiras estou sofrendo muito...

Nunca em toda minha vida fui tão discriminada por tentar ser feliz da maneira mais simples que poderia ser...

Nunca fui tão julgada pelo meu sorriso...

Estou vivendo no limite!

Pensava que aqui, na minha cidade pudesse ser acolhida e amada como um dia fui aí, que saberia lidar com comentários maldosos e maliciosos, mas não está sendo bem assim...

As pessoas são cruéis, e eu não sei em quem confiar, eu simplesmente não sei emquem confiar, em quem dedicar minha atenção, minha amizade...

Eu queria ser apenas aquela menina que sempre fui, poder abraçar, e ser carinhosa...mas a dinâmica daqui é outra...

Tanta falsidade,tanta inveja (de que meu Deus!, eu não tenho nada, nada!)...

Está doendo tanto, minha amiga...queria que estivesse aqui com sua armadura e sua cara de brava pra me defender desses abutres...queria um pouco de proteção e cuidado...

Sinto que estou sendo testada a todo momento...
 
Beijo
 
Eva

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Beijo, me liga!!


Outro dia ouvi de você que eu sou equivocada, que deveria repensar o meu modo de ser,que eu sempre falo besteiras, que vivi pouco demais pra falar tudo isso que digo saber.

Fiquei em silêncio. Mexeu comigo, me fez pensar. Mas, eu pensei...(uhuuuuuuuu!!!)
E conclui que: sou a pessoa mais feliz desse mundo por saber tanto com tão pouca vivência, porque conhecimento independe da idade.
Pode ser que daqui a alguns anos tudo isso mude, eu passe a acreditar em outras coisas, passe a viver um pouco mais além...ou talvez perca um pouco da minha espontaneidade e do meu sorriso...talvez...quem sabe?!
Mas, o que importa, é que mesmo falando besteiras, você se importou e se comoveu com todas as verdades que eu disse.
E mesmo negando, isso te fez pensar, te fez querer mudar e, mais cedo ou mais tarde, vai te fazer viver mais dignamente.
Acredite! Você não sabe dar nomes as tuas emoções, cresceu perto de quem te queria como todo mundo, mas esqueceu de crescer pra você mesmo, pro seu bem e joga as consequencias do seu egoísmo, dando uma de vítima, em cima de quem sempre se dedicou - ao contrário de você!
Você fica aí procurando alguma coisa que nunca esteve, não está nem nunca estará aí.
Porque você nunca se encontrou ou se permitiu...
E eu só estou escrevendo, porque apesar de falar demais, não sei verbalizar minhas emoções por isso escrevo...e se tem uma coisa que eu aprendi é que engolir sapo dá câncer, além de deixar a pele em estado de calamidade pública!




Beijo, me liga!

sábado, 9 de julho de 2011

MANIFESTO DO "EU DERRETO


Eu confio no que o ser humano tem de bom, acredito mesmo!Podem me chamar de romântica, ingênua...nem ligo!Mas se uma pessoa sorri pra mim já é minha amiga e defendo até a morte



Porque gente que sorri pra gente, tá dificil de achar hoje em dia.


Então, me agarro a ela como se fosse minha salvação. Salvação de um dia chuvoso e triste.


Gosto de gente espontânea e colorida. Gosto de gente chique, não chiquesa de roupa, chiquesa de alma...Daquelas que distribuem sorrisos de graça. Não importando se é preto, branco, amarelo.


Tá me entendendo, ô marmota?


Fico pensando no que é que as pessoas ganham em julgar, em estabelecer pré-conceitos sobre quem nem conhece, sobre o que nunca viu.


E entendo menos ainda, quando essas mesmas pessoas disseminam seu veneno sem pensar nas consequências, machucando quem só quer ser feliz...Fico chocada com isso, porque se tem uma coisa que me irrita é falso moralismo e hipocrisia...detesto!!!Acho tão demodê, cruzes!!!


Mas tô nem aí pra vocês, ó!


Cara feia pra mim é fome ou dor de barriga, e você só dá coice porque não aprendeu a sorrir.


Não aprendeu a ser feliz.Não aprendeu a ver a beleza e a delícia que a vida é.


E é pra essas pessoas que eu digo: Se quiser andar com a gente, pode vir.


A gente ouve batidão bem alto no carro. E a gente derret's sim!!


A gente canta e dança enquanto dirige. A gente se acaba numa pista de dança, ou apenas bate longos papos nos butecos do caminho...A gente da altas gargalhadas por nada...A gente pinta as unhas de rosa chiclete E a gente também costuma estender a mão pra quem joga pedra. A gente devolve sorriso pra quem mostra a língua. A gente anda de salto alto enquanto você, de sandália havaianas.


Porque a alegria de viver, meu bem, não se aprende e não se compra numa botique da esquina.

PRONTO FALEI!


terça-feira, 5 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Coisas minhas que eu não te conto...


Fico perguntando se você é de verdade, ou apenas meu coma alcoólico porque não dá para encarar tanto prazer de uma só vez sem desconfiar.

E ainda mais forte que a desconfiança do ilusório, é a sensação de real e concreto que seu abraço me passa. Tão sentido, tão forte, tão doce, que, pés no chão, tudo que percorre meu corpo parece tentar me desconcertar e me abalar.
Não, não... só pode ser mentira.
E desde há muito tempo, espero alguém assim inusitado e espontâneo e às vezes fico assim te olhando e rindo, rindo do meu coração disparado a dissipar uma catarse aqui dentro.
Tenho certeza que você não entende o quanto isso tem sido importante. Era o meu mapa de tesouro. Não saber disso faz com que seja ainda melhor.
Eu respiro fundo todas as vezes que meus olhos encontram os seus, mesmo porquê, tento te encarar com a mesma objetividade da qual sua presença me priva.
E nessa briga entre me entregar ao sublime e manter um gesto calculista, me reviro do avesso, uma, duas, três vezes, buscando saber qual parte de mim te deseja, qual tem medo e qual não te quer.


Mas todas te querem...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que a distância não destrói ( para meus zói azedo...)

Passei essas últimas semanas pensando muito em você. Recordando um pouco, é verdade. Pensando em minhas paixões...

Você sabe que respiro as paixões como se fossem oxigênio, necessário ao próximo passo. Sabe também que sou assim com tudo na vida, as paixões me movem, me fazem trabalhar, sair, estudar, ler, escrever, existir...

Hoje queria falar da minha paixão por você.

Queria falar dessa personalidade forte que me habitou por todo esse tempo que nos conhecemos... queria falar de como é frágil, apesar de aparentar ser forte. Queria falar de como fala muito sem dizer nada. E como tanto me disse em seus silêncios e olhares para o vazio...

Como foi sábia e burra. Como se jogou contra moinhos de vento, brigando com o nada para se tornar guerreira. E sobre como reestabeleceu a minha paz, numa simples palavra, num gesto.

Como percebia todas as minhas nóias, minhas armadilhas, meus pudores, meus amores. Como me avisou, como me cuidou. E como eu tentava devolver esse carinho, meio sem jeito pra coisa... será que você sentia?

Queria falar de nossas dúvidas. Do que fazer, pra onde seguir, por qual caminho... nem sempre respondidas, mas sempre conversadas, negociadas, sonhadas em conjunto.

Da companhia - companheirismo mesmo. Do abraço, do colo. Dos passeios, das baladas, dos bares, das decepções com aquelas pessoas que mais nos dedicamos...

Queria falar que, eu e você temos nossos amores: presentes, ausentes, vividos, doloridos, felizes. E que nossa busca nunca foi desnecessária – ainda perceberemos que o amor que buscamos está, em grande parte, em nós mesmas. E é tanto amor, que desejamos lançá-lo para o mundo, como setas envenenadas...

Queria falar das nossas diferenças: da amiga mais racional (você!) à mais emotiva (eu!); da mais decidida (eu), à mais confusa (você); da mais feliz (eu e você), à mais deprimida (você e eu), porque as diferenças se desfazem quando estamos juntas.

Queria falar dos nossos tempos. Desses descompassos que a carteira de identidade nos impõe: os anos vividos. Até agora, não descobri o que, realmente, eles representam... sou criança quando acordo de noite assustada. Sou velha quando dou meu ombro pra você chorar. Sou adolescente quando amo. E adulta quando trabalho. E estou fora do tempo quando escrevo, agora pra você...

Queria, enfim, falar dessa distância dolorida que o destino nos impôs, e na falta que você faz na minha vida

Queria dizer que essa distância não existe. Porque carrego você aqui no meu peito. E eu sei que moro em você. Moramos uma na outra, naquele minuto de cumplicidade que só as amigas podem entender...

Te amo...você faz muita falta...

quinta-feira, 17 de março de 2011

SABEDORIA DE AVÓ



Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Vinho do Porto, dizer a minha neta:
- Querida, venha cá.
Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado.
Tenho umas coisas pra te contar.
E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
 - O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões.
E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou colocar mais ou menos assim:
É preciso coragem para ser feliz.
Seja valente.
Siga sempre seu coração.
Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.
Satisfaça seus desejos.
Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim.
Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália.
Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito!...
Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível.
Tenha uma vida rica de vida!
Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável.
Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.
Se for se casar, faça por amor.
Não faça por segurança, carinho ou status.
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você.
Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão.
É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.
Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação.
Leia. Pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.
Era só isso minha querida.
Agora é a sua vez.
Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte: como vai você?