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Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para Alice (a do País das Maravilhas)

Bonita, você já deve estar grande hoje. Pensando em casar ou então ser uma executiva de terninho pelas ruas de Nova Iorque. Estressada e apressada. Confusa e perdida. Ou será que ainda está no País das Maravilhas? Se estiver minha cara, fique. É mais divertido.
Na verdade, queria um favor seu. Será que poderia falar onde fica o buraco que caiu? É. O túnel em que escorregou. Quero me afundar nele também. Não por falta de juízo, mas porque estou precisando dar uma fugidinha daqui.
Ficar grande e pequena, conforme o motivo... Temer a Rainha Gorda e não o mal humor das pessoas sofrendo de menstruação mal vinda...
Gostar só de livros com desenhos... Rir dos bravos, dos desconfiados, dos ciumentos e descontrolados que me rondam... Rir de tudo! Pra acabar, não tome nenhuma atitude na sua vida antes de me dar esse endereço do túnel.
Se estiver cheia de todas as coisas, fuja pelo buraco mais próximo e caia aqui no Brasil. Espero-te!




Me despeço e não te desejo juízo, você é melhor sem ele.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Para Juliana

Dentre dores, rumores, amores, um pouco de você...minha maior e melhor aquisição!

Um pouco da sua alegria e da sua brabeza que ficou em mim.
Enquanto tomo mais um copo de chá, a chuva cai lá fora. Uma chuva fina. Ela me fez lembrar daquele tempo bom em que nos conhecemos e que você cuidava de mim!
A cada gole, percebo que o tempo passou sem passar. O passou, me remete a outros sentimentos. Outras pessoas. O sem passar, a você, que mesmo com o passou, tudo parecendo ter ido, onde na verdade foi adormecido. É isso.
Um amigo uma vez me disse a seguinte frase: “Te acalma, existem coisas que precisam ser adormecidas para que sejam acordadas no momento certo. Se não, a vida se encarrega de apagar de vez.” – Pois é. E o que eu percebi é que a sua alma não foi apagada da minha, nem nunca será...
Sou uma pessoa cheia de quereres. Quereres das coisas mesmo. Ou a própria música de Caetano Veloso – Os Quereres “ - Ah bruta flor do querer”. Na verdade, me refiro também, “a garota tão louca” que Gonzaguinha fala na música –Maravida-. Não sou diferente. Não somos.
Engraçado quando me pego olhando pro espelho e nele reflete outra imagem que não sou eu. Incrível como isso acontece, estranho também, às vezes engraçado.
Gostaria de estar no Brejo conversando com você sobre o mundo e sobre o senso comum que entorpece as pessoas. Sabe do que eu falo? Mas... você não tá aqui, e nem o Brejo. Cigarro aqui até tem, mas, pra falar a verdade... não tenho vontade de fumar. Não poder e querer são coisas diferentes não é? Não posso e nem quero fumar. Confesso sentir falta da dança que a fumaça faz... ainda mais com a companhia de um bela cerveja. – Bebo mais um gole de chá – maçã, cravo e canela- é o que me resta pra um dia de chuva e de gotas finas descompassadas.
O silêncio de agora, me tráz sons de flautas, de bumbo que é o meu próprio coração e o sangue correndo em meu corpo.Tudo é música. Até o cheiro é música agora. Esse cheiro de nada que o tempo às vezes deixa.
Mas, que contradição... Está caindo uma chuva fina lá fora e aqui dentro, ao invés de ter cheiro de chuva, não tem cheiro de nada do tempo. Acredite... É a mais pura verdade. É o cheiro da morte do tempo. Não a morte propriamente dita. Mas o cheiro de tempo perdido por escolhas que não foram as minhas. Não por completo, se é que existe o completo dessas escolhas.
Agora deixo vir o que é de vir mesmo. Fico cá com a chuva e os sons do seu infinito que também é meu. Não há diferença, só igualdade. Hoje, talvez, nem saiba quem é... Mas você sabe que eu sei. Sei da parte que sou eu e da parte que é você. Somos uma grande parte de um futuro com cheiro de nada nesse exato momento – estou me confundindo. O que quis dizer com isso foi: - me procure em você, assim, se achará novamente. Porque eu tenho feito isso a todo tempo...

Bjz com sabor de algodão doce!

Te amo amiga

sábado, 11 de dezembro de 2010

Fui

Chega uma hora em nossa vida em que as coisas simplesmente passam. E o sentimento que fica no seu coração, se não é de pura saudade, é de algo muito parecido com ela.E é isso que estou sentindo nesse momento de partida... A dor do adeus, a dor que fica daquilo que vai. Não importa: é sempre dor. Nos apegamos, tomamos como ‘nosso’ e, de repente, acaba. Acaba de modo abrupto, do mesmo jeito que começou. Foi triste justamente porque houve a tal despedida, e você se acabou por dentro e por fora. Talvez fosse melhor uma separação distanciada, sem laços de adeus. Porque o adeus também exige a formação de laços: os laços de despedida, os piores! A lembrança de uma despedida é pior que a dor de um grande amor. Isso acontece porque nós nunca nos lembramos de como conhecemos alguém, lembramos apenas de como perdemos essa pessoa. E isso corrói o restinho de vermelho que pintava o seu coração: o último sopro da maldita esperança. É permitido ter saudade, não é permitido sofrer. Mas o mundo é ao contrário, o que faz com que seus pensamentos também sejam. E fazemos questão de fazer tudo ao contrário! Nessa hora entra a outra parte dolorida da história: a dor de esquecer o que faz doer. Nós não queremos esquecer o que ficou pra trás porque conseguir aquilo nos custou uma dedicação tão grande quanto deixar o quarto um pouco mais limpo no domingo. Só que não são as pernas que doem. Quer coisa mais dolorida que querer ser feliz e não conseguir porque dói esquecer da despedida? Ficamos apegados. Apegados demais. É quase impossível imaginar enxergar colorido daqui para frente, mas tenho que acreditar porque tudo vai estar cinza e com gosto de queimado. Porque fica aquela dor doída do sabor doce de Juiz de Fora e seus habitantes...As únicas palavras que ecoam na mente são: coração,amigos, triste, cansada. Um dicionário mais limitado impossível. Mas lá em cima, brilhando infinitamente entre as letrinhas da mesma página, está escrito recomeço, esperando pacientemente pelos meus olhos. Ela me diz: ação de recomeçar. Você sabe exatamente o que isso quer dizer, e algo me diz que agora é um ótimo dia para isso!




Então, deixo aqui espalhado por cada cantinho dessa cidade, meus sorrisos...minhas lágrimas e meu amor, a todos aqueles que durante esses 6 anos foram primordiais para ser quem eu sou!

Vou em busca de algo novo...um recomeço...plantar minha alma em outros cantos...encantar e me deixar encantar por outros seres encantados...

JUIZFORANOS E HABITANTES AINDA NOS ESBARRAMOS POR AÍ!!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Despedida


Os meus olhos estão distantes.
Na distância circula determinada grandeza, um toque de irrealidade que carece de lentes para descartar o desespero.
Sempre abracei a tristeza. Que dela, devolvo poema. Devolvo ilusão. Devolvo mágica.
Sai desse nó o desejo de infância renovada, que busco, incompreendida, a cada passo, em cada volta da escada para o infinito.


Os meus olhos estão belos.
Na beleza circula o pranto, um toque de lágrimas que carecem calma de mãe para aplacar a dor.
Não há braços que envolvam o tanto de arbitrariedade necessária para devolver o trabalho, necessário.
O mês que se anuncia pactuou com meus olhos: nublados, como o céu deste doce novembro.


Os meus olhos se desfazem,
chovem as decepções por mim estruturadas, na ingenuidade pragmática que se re-inventa a cada cadafalso, a cada passo em falso, na direção do nada.
A retirada é emergente, a retirada é conseqüente.
E meu olhar, inconseqüente.


Os meus olhos se fecham.
Para os seus olhos.
E não deixam nem mesmo um bilhete.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

AOS 30

1. Andar por aí despida de preconceitos


2. Deixar de tentar ignorar a miséria. Sentir muito. Sentir mesmo.


3. A pergunta certa é: por que eu choro tanto?


4. Assustar-me com a barbárie. Não banalizar o que não é banal.


5. Me mudar para um lugar que tenha mar com o amor e passar mais tempo junto.


6. Parar de fingir que há mais gente que lê do que gente que escreve.


7. Não desandar a cada porrada levada na cara. Revidar, talvez...


8. que quem dá a outra face morre cedo.


9. Aproveitar e nunca mais dirigir. Pelo menos até eu aprender.


10. Sentir medo e ignorar... completamente

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Divagações sobre o amor e alguma boberinhas mais...

Não sei o que acontece quando a gente ama.
Parece que há algo que grita o tempo inteiro.
Algo que quer sair, se expandir.
Como se fosse uma alegria misturada com uma dor.
Sentimos euforia e medo.
Euforia porque é tudo tão mágico e novo.
Medo porque não sabemos muito bem para onde estamos indo.
Não sabemos para quais caminhos o amor nos levará.
Não sabemos se aquela pessoa é “a pessoa”.
E não sabemos também muito bem o que estamos sentindo.
A grande questão é que já não pensamos mais como pensávamos antes.
Queremos o mundo do outro e ser o mundo do outro também.
Invadimos a vida de quem amamos e deixamos que este nos invada.
Ficamos completamente anestesiados para todas as outras coisas da vida.
Talvez porque tenham nos ensinado desastradamente que amor é encaixe, é união, é busca de metade.
Mas sabemos muito bem - depois de passada a paixão - que nossa cara-metade foi construída pela nossa própria imaginação. Esta pessoa nunca foi perfeita, porque não existe ninguém neste mundo que o seja.
A grande sacada, talvez, seria aceitar esta imperfeição desde o início e construir juntos formas de viver diferentes das que nos ensinaram as novelas, nossos pais, os mitos, as lendas e os romances – inclusive a astrologia que tenta nos ditar qual o signo ideal para o nosso.
Talvez, o melhor mesmo seja não saber o que acontece quando a gente ama e seguir vivendo esse sentimento, mas com consciência de que tudo na vida é finito. Quem sabe essa consciência possibilite que a gente saiba viver os bons momentos e também saiba o que fazer diante do caos. Decidir se enfrentamos e tentamos dar um novo significado a essa relação ou se nos afastamos dela para que nosso coração possa se abrir para uma nova paixão ou novo amor.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A resposta

Por que você?
Sempre me pergunta, me coloca na parede com suas dúvidas repletas de certezas...
Por que você?
Por que me interroga se já sabe a resposta?!
...Você sabe todas as minhas respostas, todas as minhas incertezas, todos os meus porquês ...
...Você conhece todas as minhas vírgulas, os meus pontos, as minhas reticências...
Por que me pergunta se você decifra todos os meus códigos, se você lê de traz pra frente o meu olhar, as minhas mãos, o meu sorriso tão escancarado quando encontra o seu!
Por que me pergunta, se tem medo da resposta?!Se tem medo de mim, se tem medo de nós?!
Se tudo é tão claro e tão óbvio, quando meu corpo encontra o seu, a peça chave que faltava no nosso quebra-cabeça...
Sim, EU TE AMO!
E não me venha com porquês!
Não saberia explicar...pois não há recursos nem respostas humanas que compreendam o que a alma surpreende com o coração...
...Não há evidÊncias que comprovem o ser a tanta dedicação e tanto afeto!
Se a cada dia você se torna a convivência, se a cada instante vocÊ me ensina a querer...
...Se o seu olhar me acalma, o seu sorriso me devora e as suas mãos me decifram...por que não devia amar você?
E tudo que tenho a fazer é seguir confiante em descobrir no seu olhar todas as perguntas que as minhas respostas insistem em afirmar!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Eu não sou rasa

não sou mais criança mas ainda assim, quando sinto suas mãos, seu respirar perto, e seu cheiro, eu cheiro mesmo, eu me entorpeço (eu me viro do avesso das suas mãos) e te toco e você me toca e não tem mais fugir, não tem mais nada, corpos que não se soltam, querendo morar no mesmo guarda-roupa.

eu deveria estar no fundo da represa, como a cor da lua, brihando, fundo, cheia, fundo, mergulhada em toda água, tocando o chão do lago com os dedos das mãos, das suas, das minhas, destas mãos, me segurando e mergulhando no fundo. de mim.

E o problema é não ser rasa, eu não sou rasa, eu choro embaixo de montanhas, eu tenho sangue aqui, corre para o lado contrário, é verdade, mas corre aqui dentro, de mim, como você...

E não ser rasa faz de tudo tão complicado, que eu só penso em comprar um par de asas, voar assim, quero mesmo é voar alto, que medo de altura eu deixei pra trás quando criança. você não...

Eu recolho meus cacos, eu colo de novo, outra composição, eu te escapo, você volta, eu te mato, você volta e me apanha no fundo do que não é raso, olha meu olho no fundo, e sabe que não é raso, e mergulha lá dentro, dizendo de beleza, que eu sou em cima de você, dentro de mim


e eu já estou afogada de novo... enquanto você ainda respira

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Assim como você

Assim com você eu tenho um lado resistente à maturidade que é ao mesmo tempo a coisa mais linda de se ver e a que mais cria armadilhas para mim mesma. Ele me faz rolar em qualquer grama de pracinha que apareça na frente e correr como louca para abraçar quem eu sinto saudades...

Faz com que eu exale uma alegria que parece nunca acabar, que eu não saiba mentir, e que guarde flores de amores passados dentro da caixinha dos meus óculos de sol. E garrafas de vinho... mensagens de celular... cartas...

Esse lado também me assusta... me assusta ter te conhecido assim de repente e ter que fazer escolhas.

Você me viciou na sua música interior, que me faz cantar distraidamente muito alto e sem nenhuma pretensão. E que me impede de cantar concentrada, com muita pretensão.

Essa síndrome de Alice me faz sonhar alto, todos os dias.Sonhar com a vida que desejo ao seu lado
Ter a certeza que te "completo e que você vai me bastar..."

E o que vejo em você... um profundo medo de não conseguir, de falhar. De escolher errado. De renunciar aos confortos por coisas que podem não dar certo...

E eu alterno certa concorrência do lado criança, com momentos parcos de seriedade e empenho. Mas só o suficiente para seguir... brincando!

A criança que nos habita jejua quando não se sente suficientemente amada.
Perde o rebolado quando seus princípios não são coerentes. E chora muito.

E do choro, emerge uma sobriedade que a faz compreender, afinal, que o mundo não gira ao meu redor nem ao seu. Que não pára quando precisamos descer.

Destas últimas lágrimas, meus olhos limpos viram que não dá... as escolhas são necessárias... muitas vezes contra o que se supõe sua natureza...

Que não é nada sua natureza, porque esta mesma foi inventada por uma Alice que insiste em continuar fazendo birra dentro de mim e de você também...

Aqui agora, vamos buscando um misto entre a criança e a velha, aquela mesma que diz “saia daqui”, nos momentos de perigo e que eu não ouço de tanto que minha infantilidade berra.

Aqui agora, continuamos nesse jogo de querer e não poder...

E nesse jogo de contradições essa nossa criança interior sofre ainda mais, por se ver sufocada por essa racionalidade engessada que só faz matar os sonhos.

Ela se transforma no meu e no seu trabalho ao invés de parques de diversões suburbanos que não têm hora para fechar.

É o caminho para a casa que eu sonho, com árvores, balanços e gatos espalhados no jardim.

É o reconhecimento da necessidade do outro. De um outro, apenas um, em cujos braços eu me reconheça.E eu me reconheci nos seus...

É a percepção de que meus medos não se originam em se provar algo para alguém. Mas em se provar para mim mesma. A mim... eu não posso mais decepcionar...e não vou!!

É compreender que, quando eu sei que não posso depositar minha confiança e esperança em algo ou alguém... eu simplesmente não devo fazer isso!

É assumir que o mundo me espanta, mas me encanta. E que devo sair por aí, devorando-o aos pedaços...Mas não todos.

Lembrar que eu já tenho um espaço construído, mesmo que mal e porcamente, e que ele também me significa: eu sou dos livros, das letras, do conhecimento, da sabedoria e das artes... eu sou. Eu não preciso ser aceita em um outro espaço. Mas posso ocupar todos os espaços, sendo quem sou.Inclusive preencher todos os seus abismos...

Saber que eu posso e preciso mudar. E que isso não significa alterar minha essência. Quem sabe, encontrar um espaço de diálogo, que me proteja das peraltices da criança, mas que me permita deitar a cabeça na grama e passar uma tarde olhando o formato das nuvens, sem me sentir culpada...

Sem me preocupar em não ter feito isso ou aquilo, sem me descredibilizar por não ter dado certo, por saber que eu tentei, demais, mas que não controlo a história de todas as coisas.Nem a nossa...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quase

Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito vazio de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente.
Ontem ri tanto lá no Brejo, tanto que quase fui feliz de novo.
Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dela. Quase consigo me animar com essa história, mas é só quase...
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria.
Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.
Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.
Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada,
plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.
Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro.
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto.
O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Deixa-a ir!

Ela era um misto de força e delicadeza, misturadas à raiva e a um pulsar que nada alcança. Corria pelos fogos da vida salivando e à espreita. Cansava fácil e temia a tudo. Mas era insistente: não desistia. Parava por uns tempos, mas voltava, disposta a percorrer todas as distâncias do universo.


Eu a observava de longe, encantado com todos os traços. Ensaiava tocá-la, ensaiava tê-la, guardá-la, menina em meu regaço. Em uma caixinha só minha, dentro do criado-mudo dos meus devaneios.

Mas, como caça, todas as vezes que estendia meus dedos para agarrá-la, fugia esguia e hábil, por entre todas as minhas soluções. Eu não tinha essa moça em minhas equações. Pois ela, não tinha a ninguém.

Num certo momento, devido à minha insistência, observei-a acostumando-se à minha presença, não me planejando mais sua inimiga. Trouxe-lhe agrados de todos os tipos, os quais ela aceitava, ainda pensativa.

Tornou-se, enfim, confiada, o que me abriu caminho para que me preparasse a enjaulá-la. Porém, enquanto a cercava, com incontáveis redes e armas, coloquei-me triste, vendo-a tornar-se pequeno bicho acuado num canto de mata.

As mãos, de repente, amarradas. Nenhum sorriso nos lábios, olhos baixos. Ela não sabia como reagir a uma força tão imprudente, tão mais forte que ela, tão irresponsável, tão dominadora, que se impunha, desconsiderando os seus desejos. Ela se sentiu pequena e traída. Desejava sair e não podia! Não queria ser alvo daquela caçada! E não sabia como escapar dela...

Seus olhos se fechavam em desespero.

Num lampejo, entendi o que amava naquele pequeno animalzinho: era um ímpeto de ser livre e contemplado e contemplar. Era uma rebeldia de rasgar com os dentes todos os papéis imaginários que trazem as leis do mundo. Era uma sede que o próprio mar não poderia conter.

Era... eu.

Um eu que fui e que não fui, um eu do porvir. Um eu que sou também, que fala baixinho ao pé do ouvido, mas ao qual finjo não acreditar...

Num sopro, esse eu me disse: “deixa-a ir! Existem outros modos de viver o mundo, sem que precise colocá-lo nessa sua caixa”!

No olhar de dor, compreendi que guardá-la na minha caixa não traria de volta a oportunidade de mudar todas as minhas escolhas. Colocá-la na caixa não me tornaria o que desejo ser. Colocá-la na caixa não faria da caixa um mundo paralelo para o qual poderia escapar de vez em quando. Colocá-la na caixa só faria matar tudo que de mágico e grandioso ali reinou um dia. Esse bicho acuado, já não era mais nada daquilo que desejei.

“Deixa-a ir... está sofrendo...”

sábado, 19 de junho de 2010

Beijos comprados

As portas se abriram.Entraram juntas no bar, que era só fumaça pra todo canto.
Enquanto caminhava, ela lembrava só o que a vida havia feito da vida delas. Em português, era toda poesia, poesia nua, dolorida, umas coisas florzinhas que


rabiscava em guardanapos de boteco e depois esquecia em gavetas. “Queridos, queridos”, pensava. Estavam ali todos os seus adorados desconhecidos que ela


chavama de amigos nos momentos de solidão, mas o sabor verdadeiro da amizade ela jamais experimentou!
Talvez por medo, ou porque era boa demais..


Enquanto caminhava, começava a sentir que a música ia adentrando seu corpo, mesmo sendo daquelas melodias não-melodias, das boates em geral, que batem,


batem, batem, até que o corpo se entrega, abraça a batida e vira a batida, bate junto, sincronizado com a não-melodia.


Todos sorriam,as mulheres bem vestidas se vendiam. Todos bebiam de umas taças de formatos estranhos, apanhadas de um ou outro garçom que passava: um


zigue-zague de haste, parafusos de hastes de taças, líquidos de todas as cores, azul-anis, dourado-tequila, vermelho-tomate e vodka, rum e tantas outras


derramadas nas bocas sorridentes, levando para longe o brilho sóbrio dos lábios, olhos de ressaca, olhos de alegria de bebedeira, olhos que esquecem seus


superegos e se atiram para os lados, e dançam, junto dos corpos, mas, de todos os corpos.


Como girava, também ela, no entreabrir daquele momento, percebeu se aproximar o medo.
E era o final de tudo, a madrasta da Branca de Neve de cabelos longos e um rosto sem expressão alguma que causava calafrios a quem a olhasse.
Sem se mexer, sentiu a respiração daquela bruxa na sua nuca e pensou que esse talvez seria o último dia de sua vida.
E pela primeira vez em sua vida não foi covarde continuou firme em sua posição e o mal foi se dissipando aos poucos, como fumaça.


Em cada um de seus lados, uma mulher, duas, com cabelos de fogo, curtos, como labareda, sacudiam, sensualíssimas, duas serpentes de cabeça em chamas,


fitando-a, chamando-a sem palavras, sem gestos, mas, chamando-a, que subisse a rampa, para aquele outro patamar (ela quase ouvia suas vozes).


Parou e fitou. Seus desconhecidos sentiam, sabiam: cercaram-na de repente, como que pedissem, todos, que não andasse até lá. Os sorrisos estavam mais sérios,


talvez cristalizados, apreensivos, como quem sorria e perdeu a deixa, desapontado da hora errada de sorrir, pensavam ser uma coisa e eram outra, que ela


esquecia, hipnotizada pelas três figuras do alto daquela rampa. Três estrelas a que não poderia resistir.


Caminhou cinco passos. E não pensava frases, mas imagens e delícias e sensações, daquelas que não se confessa, ouvindo, ao fundo, “não”, “espere”, “aonde


vai?”, “por que?”... mas, tão baixinho, que já não fazia sentido, nada fazia sentido. Mesmo assim ela chamou o garçom e perguntou quanto a rainha de cabelos


negros cobrava por um beijo.
$50,00, respondeu ele.


“Ela tem os olhos mais bonito que o mais bonito" , pensou."Pago!"
A não-melodia se tornou música. Música, e aquela mulher que lhe oferecia o infinito de um beijo de 60 segundos a 50,00 e que ela aceitava, embalando-se na


batida, sugou o vento,o vazio, o nada através do beijo comprado.
E naqueles míseros segundos passou um flash-back de sua vida, dos corações partidos, das oportunidades perdidas, percebeu que era todo o mundo e não era


nada.


Uma vontade enorme de deitar aconchegada em alguém, que lhe fazia cafuné e que falava "vai passar neném..."


(Vazio)

E os olhos bonitos engoliram seu desejo e seu dinheiro. E tudo mais que era. Que viria a ser. Engoliu sua essência. Num beijo. Num instante.


Ela não queria ser mais assim...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

por favor alguém me toque!

Será que tem como eu sair correndo daqui agora?!


sair daqui e assistir, ler, ouvir ou sentir algo que realmente me toque?!

algo que me dê um soco e me faça chorar uns dois litros

ou que me impulsione a uma ação como pegar uma caixa velha de porta retratos

pedir uma cadeira para a vizinha, espalhar pelas paredes da casa fotos que mostrem alegria!

entende isso? entende essa urgência?!



Quero sair pela cidade pintando postes...

entregando caixas para que todos tenham onde juntar suas miudezas

escrever uma carta para todos os moradores da rua tal.

sentar na praça e ouvir o que aquele velhinho tem a dizer mas falta tempo

quero que todos saiam do seu respectivo buraco e venham ver o bonito!

exergar o simples!

e que existam os outros para mostrar o feio, o sujo... que também existe!

e que eu consiga tirar da fragilidade de cada um... essa grosseria toda, esse escudo cinza claro...

quero mudar a cor da cidade e dos olhos teus.



(espaço dentro do meu suspiro)



entro um pouco mais fundo do que uma cor ou um segredo

andei pensando sobre arte! (e porque não?!)

penso eu que: essa arte egoísta deveria dar espaço para o que realmente precisa ser mudado ou simplesmente tocado... e não vendido ou comprado.

perdemos o valor do que realmente importa, para pagarmos a conta do supermecado ou posar para as fotos do Zine Cultural

(necessário também?!)

*e por favor não confundam com "também" com "somente"

e para que eu durma sem tudo isso engasgado,

mostrando que não,

que eu não estou nem ligando pra tudo isso...

e sim com um certo asco, uma preguiça...



começo um manifesto sozinha:
por favor alguém me toque!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pra você

Você não me inspira poesia sempre.
Na verdade, uma vez, quando você ainda não era de verdade, só minha fantasia.
Uma mexida sua e escrevo sobre o que estou sentindo, talvez não sobre você.
Tudo muito analisado, muito ponderado... e calado, muito do que sinto.
E se ao mesmo tempo suas promessas me prometem segurança por sempre me bombardear de verdades, fica um vazio aqui dentro de desconfiar de tanta convicção e racionalidade.
Essas coisas são, também, disfarces da alma.
Acostumada que estou a enfiar os pés pelas mãos, me contenho extremado, me podo o que nasce bonito, me deixo encostada, livro na prateleira.


Eu te escrevo e apago,
sem parar.


Porque tem em mim muito romance de contos de fadas, muito de um ideal que dói de pensar e arrepia meus pelos da nuca e me faz concluir que esta intranqüilidade é tudo o que desejo: é, afinal, uma finalidade provisória.
Não te descrevo mais, porque está difícil decifrar o que vai nessa armadilha de pensamentos que, talvez, não me digam nada do que é...
E eu leio mais fácil os olhares do que as palavras. O movimento da boca que fala, não tanto o que diz.
Onde coloca suas mãos: onde peço?


Mas...
onde desejas?


Eu sei, eu sei que algumas coisas não são permitidas.
Eu estou aqui, respeitando o seu mistério e me corroendo a vontade de te engolir por inteiro, te mastigar devagarzinho cada pedaço.
O quê, de tanta informação, faz bater seu peito forte e quente, parece tão escondido... e eu, nessa ânsia de fazer parte disso.
Também não te conto não...
De como é perder todas as referências,
De não ter certeza de nada, enlouquecer, do jeito mais puro.


E, na insanidade, aí sim, perder as jaulas de vez.
Minha vontade é te escancarar os desejos...


Perder as jaulas de vez!



sexta-feira, 11 de junho de 2010

Amor e amores!

Amores verdadeiros são aqueles que sobrevivem ao fogo da distância, ao poder do abstrato.
Amores que se resumem, simplesmente, no ato de amar.
Amar, nem que seja a mais simples das lembranças, memórias que permaneceram e não se deixaram apagar.
Amar pelo beijo dado e pelo não dado. Pelo corpo distante que permanece perto, aquecido por admoestações de um dia.
Amar as carícias travadas em guerras de querer, as mãos que afagaram e marcaram; que como poder divino, desbastaram ressaltos de um coração, já por muitos, machucado.
Amar as palavras ditas e repetidas em momentos inoportunos, até mesmo as que não fizeram sentido. Pelo SIM dito reiteradas vezes.
Amantes pela dor da partida, pela ferida aberta e sentida no dia do Adeus.
Pela saudade insistente, compadecida e amada; aquentada pelo desejo, pelo anseio de apetecer um instante apenas.
Amantes pelas trocas de olhares, por pensamentos proibidos, pelos calafrios despropositados.
Amantes pelos encontros em sonhos inopinados; pelas viagens longínquas antes de dormir.
Amantes pelo sentir de algo que não ocorreu. Pela recordação do que não foi vivido.
Amantes pela confiança depositada em algo não visível. Pela coragem de apostar no amanhã, de ter certeza que um dia valerá a pena. Que os dias distantes, enfim, serão próximos. Pela idealização diária do reencontro.
Se amar, realmente, vale a pena, esse é o valer. É o querer sem motivos. É o amor sem porquês.
Se tem algo que ainda, aqui, sobrevive, é o lembrar do outro que por si só consola.
Se aos poetas amar é ter perto, aos simples mortais, que amam e não apenas idealizam, amar é querer estar perto e nem sempre conseguir.
É estar separado por pontes ou por incomensuráveis águas de um Oceano e sentir o amor arder no peito, como se perto estivesse.
Amar pela ausência, pela falta cravada em si.
Amemos, o ser próximo, o ser distante; amemos pelo simples gesto de amar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O outro


Você não sabe quantas dúvidas ocupam meu tempo, querida Alice!
Já fiz coisas que não quis por não saber dizer não. Já fiz coisas que quis e das quais me arrependo. Já deixei de fazer o que devia apenas para agradar.
Alice, estou aprendendo aos trancos e barrancos que o tempo nos empresta sabedoria se assim o quisermos.
Não que deixarei de errar.
Mas meu erro será bem-vindo porque fará parte de uma compreensão maior.
E isso é essência!
As aparências fragilizam com o tempo. A essência, não.
Ninguém resiste ao disfarce por muito tempo.
Parece mais fácil vencer o medo de não dar certo apontando os erros dos outros do que vasculhando internamente a própria essência.
É sempre o outro. O seu aplauso ou o seu desprezo. O outro é sempre o prato principal!
O medo do fracasso começa, Alice, jogando fora a beleza do erro. É do grande mago, Oswald de Andrade o pedido: Quero a contribuição milionária de todos os erros. Somos humanas, né Alice?!É isso que somos , e é isso que nos faz docemente carente uns dos outros.
Nada de cenários falsos, perfeitos.Vida, minha querida, é de vida que precisamos. De mudanças de temperatura, de humor, de cadafalsos, d e cenários multicores com algum passarinho que nos empreste um pouco mais de poesia na travessia.
Um passarinho que seja, ou então cachorro!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Você me nutre




O fechar e abrir das portas quando o sonho termina...


Penso em escrever, mas esqueço no mesmo instante, é força para dormir e sonhar novamente, porque meu sonho só existe enquanto durmo...


Depois acordada, meu sonho é a minha realidade... me nutre...


Eu disse que você me nutre!


Seu amor me nutre!É mais que alimento...


Até mesmo de olhos abertos consigo enxergar muito além desse apartamento...Todos esses dias me fez pensar e pensar...planejar...


Carinho por cada instante de dedicação, predileção por você... amor pela vida que a cada dia você me mostra...


Já não lembro de saudades, e não falo de tristezas!


Quero tudo demasiado, vivo o instante sem saber o que vem depois do depois...


Fico em mim equilibrada.


Chove, e repete aqui dentro: você me nutre

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tudo novo

É um super herói quando a gente precisa e uma criancinha fofa quando a gente também precisa.
Meu Deus, agora fico assusta, bichinho acuado, com tanta perfeição...tanta delicadeza e mistério...Será que é possível?
Tudo que fazia parte do meu mundo fantástico, virou realidade...
Chocolatinhos, vinho, som ambiente, escurinhos.
Ele pára o mundo todo, se ajoelha no sofá deixando as mãos no meu colo: “Você não sabe a saudade que eu senti todo esse tempo.”
Seus olhos se enchem de lágrima, a música se torna instrumental matando qualquer outra palavra, a cidade não respira, o tempo não existe, a solidão é coisa de gente que mora muito longe dali, minha mente aquieta todos os monstros, as mulheres lindas nas capas das revistas são empilhadas descartavelmente e viram nada, a poluição vira oxigênio puro e cor-de-rosa, o passado, dono do meu corpo magoado, explode no ar deixando apenas estrelas para iluminar meu recomeço, as dúvidas todas do que fazer pelos próximos mil anos se simplificam porque eu só desejo viver aquele momento, sim, sim, sim, eu quero zerar tudo de antes e de depois e amar esse menino agora, como antes, como nunca. Por que não?

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eu, mais ou menos assim...

Eu jogo futebol muito mal, aliás, eu não jogo Prefiro chutar as canelas do que as bolas. Na verdade, não prefiro, só chuto. Não dá pra evitar com essa coordenação de ursa.Na verdade, eu acho que até poderia ser possível casar e ter filhos, não, não poderia...Meu sonho era ser uma estrela do rock. Ou uma atriz temperamental.Eu gosto de banana, abacate e cereja. As outras frutas foram feitas para fazer suco. Ou para alimentar os passarinhos.Tenho medo de engordar, como qualquer outra mulher do mundo. Só finjo que não. Aliás, finjo me amar incondicionalmente muito bem.Quando falo o que penso, tenho medo de bater forte e machucar o outro. Mas tenho medo de apanhar também... muito! E, pior: tenho medo de apanhar e chorar...Apesar de dizer o contrário, no sexo, eu gosto de ser dominada.Eu só gosto de sopa no inverno. Sopa de feijão!E amo andar no mato, apesar de amar mais ainda reclamar de andar. E dos mosquitos...sou alérgica...Amo água. Sinto falta do mar. E de cachoeiras. Mas ando me virando com meu chuveiro mesmoSou uma romântica incondicional. E gosto de pensar nas diversas possibilidades que o amor traz, às vezes. De diferentes maneiras, antes de dormir: isso me acalma.Eu amo fumar e odeio fumar. De qualquer forma, queria parar. Mas sinto que cigarro já faz parte de mim, da minha personalidade. Mas, o fôlego, a tosse... não quero que façam parte da minha personalidade também.Acho um saco cortar as unhas. E gosto, às vezes, de ir ao salão pintá-las de branco ou vermelho.Assisto TV demais. E só coisas bem bestas e inúteis mesmo. Discussões filosóficas são só fachadas na minha vida - elas me enlouquecem quando eu as levo à sério. Eu leio horóscopo. Leio o seu também.Sempre tem uma música tocando na minha cabeça e eu não falo qual é.Todo dia eu me pergunto o que estou fazendo com a minha vida. E ainda não sei.Acho que malhar é uma piada de mau gosto necessária.Eu nunca estou satisfeita comigo mesma. A culpa é da minha mãe. Ela também nunca está.Eu sou extremamente arrogante em algumas coisas. E extremamente insegura em todas as outras... e não entendo o porquê de nenhuma delas.Sinto muita inveja. E me sinto culpada.Sinto muita saudade de tudo.Eu odeio verde. Amo branco.Não entendo por que as pessoas usam boné. É feio demais.E sinto sua falta.

...

Para além da memória,
Para além dos sentidos,
Entre verdes e dourados...

O grito da torcida e o barulho dos carros apertam meu coração.
É a saudade da tua presença.
A presença alegre e viva dos teus olhos me desejando,

Das tuas mãos me tocando,
E das duas bocas compartilhando saberes entre sabores!

Se eu pudesse com meus pensamentos
Materializá-lo como em sonhos,
Desejaria tê-lo uma vez mais...

E seria assim:
Envolvente como um perfume,
Embriagante como uma cerveja,
Doce como um chocolate
E relaxante como um cigarro!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Homenagem a simplicidade

Ontem no Paraíso Secreto, próximo ao País das Maravilhas , à esquerda da Terra do Nunca, Alice encontrou com a fada da Simpatia - mãe e irmã que ela escolheu.Rodeadas de sapinhos, gnomos e poções douradas encantadas, Alice e a Fada da Simpatia começaram uma infindável conversa sobre sutileza, sobre como a simplicidade de um momento pode ser maravilhosamente estonteante. E como pequenas coisas podem marcar toda vida de uma pessoa.

Atos como descalçar o pé em meio a uma multidão e colocá-lo sobre os pés do amado sem precisar dizer uma só palavra, porque aquele carinho preenche todo espaço que muitas vezes contém no vazio das palavras que se perdem com o vento...
Coisinhas bobas como "fica mais pertinho de mim porque não estou querendo desgrudar de você..."...São detalhes que passam despercebidos por aqueles que o fazem mas que marcam com a eternidade quem os recebe.

Não, não é necessário declarações estrondosas, pixações em calçadas, nem convênios com floriculturas...Um afagozinho no coração faz suspirar, o amor fica feliz e agradece...vai se fortalecendo com o frágil, o simples, o que o dia à dia matou por não ser mais importante.

Percebe a contradição, o amor cresce com o sutil com o simples!E isso é lindo!Foram embora rodeada de suspiros e sorrisos cientes de que era a vida que queriam viver...

"São as pequenas coisas que valem mais..." (Renato Russo)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Se você quiser...

Estou exausta de ter que gostar aos poucos, gostar certificando, gostar e re-gostar pra ter certeza, gostar a conta gotas.Cansei de pedirem para ir devagar, como se isso fosse possível!Gostar é ir ao fundo, se estrepar mesmo! É não ter que pensar. É sentir aquela dormencia que contagia o corpo por inteiro. É não saber de nada...

Permita-se. O que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Porque eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém, permita-se.

Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.

Eu não queria ter que esperar o dia seguinte... Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar viva, se você quiser passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum equilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinha, permita-se! Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quero

Esqueçam dos amores que citei.
Esqueçam das declarações que fiz.
Esqueçam as falsas propostas de amores perdidos.
Esqueçam!

Lembrem-se de que sou apenas eu. Alice, às vezes poética, às vezes esquecida.
Uma só que pode completar o resto que te falta, ou não.
Que pode ler teus pensamentos e fazer do teu dia maravilhoso, ou não.
A temperamental, sem-sentido, sem-amor, com-paixão.
Compaixão pelo mais ou menos

Hoje acordei com sede!
Sede de vida, de pele, víceras e falta de ar...

Quero ler todos os livros que achar interessante até o dia em que morrer
Quero não me preocupar com um futuro que será inevitável não se preocupar.
Hoje eu quero girar meu corpo com os braços bem abertos pro ar
Quero brincar no balanço como uma criança, sorrir e sentir aquele frio na barriga.
Quero ouvir música embaixo d'água e dentro do ar.
Quero ser simplesmente o que sou, com medos e preguiças, defeitos feios e bonitos.
Quero elogios e críticas.
Quero crescer minha alma, expandí-la.
Quero fazer o mínimo e o máximo.
Quero os sonhos que me constituem
Algumas partes perdidas
No MEU mundo encantado

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Para um amor...

Somos dois extremos de um mundo em colisão.
Seu jeito sério, meu sorriso fácil,
minhas frases sem fim, teu silencio que diz tudo,
de todos os teus amores perfeitos se perdeu nos meus defeitos,
e na minha falta de rumo fiz de você o meu caminho.
Somos dois opostos atraídos, seduzidos, nestas madrugadas eternas e frias,
eternas como os meus poemas, frias como os teus pés
Contra todos os teus princípios, a favor dos meus desejos,
dois opostos, mas a cada encontro um corpo só!

Saudade sem fim

quinta-feira, 22 de abril de 2010

21 de abril

Eu te acho em uma festa, te perco na distancia... do seu olhar que diz tudo e nada
Numa sutileza desconexa, te ganho em um olhar que implora
Eu te coloco entre meus medos, e lhe peço confiança...
Roubo-te um beijo, me encho de esperança...
Peço corpo, peço beijo, tenho na eternidade um desejo e na poesia um piano que não toca.
Peço você, você diz sim...
Falo frases pelo avesso nem eu sabia que era assim...
Tempo de estranhas sensações...
O calor entre nossos corpos, o encaixe perfeito
E vejo olhando nos teus olhos que hipnotizaram os meus (que já são teus por direito),
Eu te acho nos meus versos, te perco em meus pensamentos
Eu te quero em meu mundo, é teu meu poema...
Mas nestas frases tão simples não há como explicar...
O que eu vejo no teu olho, o medo de ir além, o medo de se apaixonar...
E nesta historia
Eu descobri o romantismo, olhando as estrelas sozinha e rindo baixinho ao sussurrar teu nome, ao pensar onde você estaria naquele exato momento...
Uma flor ao vento...Distante meus pensamentos...Que hoje vivem contigo...

Quem vai ser o primeiro a sorrir?



"Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas, sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar ao nosso lado.

Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas e a gente não vê.

A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente.

A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias.

É do instante quando os olhos se perdem no nada e nenhuma mentira é capaz de enganar a si mesmo.

É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo.

Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece coisa melhor ou debochar das mentiras que eles contaram... mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, ser os primeiros a começar. Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa, quem vai ser o primeiro a sorrir?"


Rita Apoena

terça-feira, 20 de abril de 2010


Para aqueles beijos que adormeceram minha boca...

Naquele momento
Estava tão imensa
Uma mistura de medo com excitação

De te oferecer
De me oferecer
E de que você não aceitasse
Ou aproveitasse
Sem me entender

Sem que me aceitasse
Em conjunto com a vontade
Levasse meu corpo embora
E não a minha ação

Meu salto para o alto
Meu pulo do gato
E um resto de coisas que não sei o que são
E estavam escritas.

O desfecho
Eu me ofereci e você aceitou,
Eu acho que você não me entendeu.
Como eu já imaginava.

Meus saltos para o alto...
Você levou meu corpo
Me deixou sem ação

Meu pulo do gato...
Era importante você saber que não era o único.
Mas que era o escolhido.

Este era o resto de coisas que eu não sabia o que eram
Mas que estavam escritas
Que pena que você não pôde ler...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A menina e sua capa


Brincava de esconder quando era pequena. Se escondeu tanto, mas tantas vezes que até hoje ainda não se encontra.

Brincava de roda. Muitas voltas com os braços abertos, até ficar tonta e cair ao chão. De tanto cair, esqueceu um pouco de levantar. Tonta... continua um pouco até hoje.

Subia o morro de lajota umas 10 vezes e descia, não sabia se pelo prazer de descer ou de subir. Quando exausta sentava-se no chão, e ali ficava horas.

Tinha um apelido que detestava "perebenta". Uma herpes que veio do berço e que teimava desabrochar mais ou menos uma vez por mês. Olhava-se no espelho: "boca de sapo".

Ía pra escola de botas sete léguas vermelhas quando chovia, e uma capa de chuva também vermelha. Todos viam a menina andando pela rua. A menina da capa vermelha ridícula. Ela se divertia. Mas... tinha medo do lobo-mau assim mesmo.

Às vezes a menina era interceptada no meio do caminho por outras crianças que batiam nela (lobos-maus). Até hoje ela não entende o porquê. Talvez por inveja da sua capa ou porque ela era mesmo "tonta".

Escrevia bilhetes apaixonados para um menino cabelo cor de milho, cor de ouro que reluzia em seus olhos e lhe fazia perder o fôlego, tremer, chorar. Ela tinha seis anos e uma capa vermelha que encobria seu rosto corado de vergonha do que sentia. Primeiro amor não correspondido.

Subia o morro até encontrar a pedra secreta, onde ficava horas em silêncio. Um silêncio quente, que lhe acariciava o corpo e a mente. Queria alcançar a lua. Mas... parece que até hoje nunca chegou lá.

Gostava de juntar potes vazios de todos os tipos para depois brincar de imitar a mãe "aquela que cozinhava". Até hoje procura potes e geralmente os encontra: vazios. Gostou tanto de brincar de cozinhar que casou. Aí cansou dessa brincadeira e jogou os potes todos pela janela. Jogou o marido junto.

A menina cresceu. Mas continua por aí com suas botas vermelhas e sua capa.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tango de Nancy (Chico Buarque e Edu Lobo)

A minha querida Thaís, que tanto pediu para que postassem essa letra no meu Mundo


Quem sou eu para falar de amor
Se o amor me consumiu até a espinha
Dos meus beijos que falar
Dos desejos de queimar
E dos beijos que apagaram os desejos que eu tinha

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim

Homens, eu nem fiz a soma
De quantos rolaram no meu camarim
Bocas chegavam a Roma passando por mim
Ela de braços abertos
Fazendo promessas
Meus deuses, enfim!
Eles gozando depressa
E cheirando a gim
Eles querendo na hora
Por dentro, por fora
Por cima e por trás
Juro por Deus, de pés juntos
Que nunca mais

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Carinho meu

Nossa amizade é estranha. O teu olhar me acalma.Você me cuida com toda atenção...E eu acho muito gostoso.É tão natural te encontrar. Meu sorriso se abre espontâneo e o seu também.Eu te encho muito o saco. E adoro brincar contigo...Conversamos sobre tudo, nos entendemos assim simples e calmamenteVocê consola minhas dores, me anima. Diz coisas com tanta doçura que me arranca suspiros...Quando chego nesse lugar, é em você que penso em primeiro lugar. Louca pra te ver! Mas, sem complicações. Você é um carinho pra mim. E eu, um carinho pra você.Hoje, tenho pensado muito... tenho pensado de outras formas. Que me dão medo de perder essa cumplicidade que inventamos à primeira vista.Tenho sentido mais vontade de te tocar de um modo não usual. Mais vontade ainda de estar junto conversando e encarando seu jeito espalhafatoso.Tenho sentido sua falta...Fico com medo de acabar confundindo tudo. Mas... acho que, só por pensar nisso, já devo estar confundindo...Espero o próximo sábado com muito mais vontade. E te encontrar já não está mais tão natural.Por enquanto, está gostoso brincar desse outro jeito de te gostar...Mas se não for, que continue sempre assim: você me chama e eu venho. Eu te conto e você ri. Você pisca e eu entendo. A gente se vê e tudo fica leve...

Convite para aquele bebê

Queria ser uma palhacinha diante de você, bebê. E te arrancar sonoras gargalhadas! Ou então um mágico! Provocando olhares surpresos e curiosos diante de simples movimentos.
Se você deixasse, te levaria para o Mundo de Alice. Te livraria de toda responsabilidade do mundo das coisas daqui... Deixaria pilotar o corpo entre nuvens de fantasia. E apenas um rumo seria certo: a liberdade.
Com a leveza de uma fadinha sapeca, te guiaria pelos sete mares, sobrevoando e espalhando o pó de fadas a todos os ventos, misturados com meus desejos de você!
Então, como dois duendes, alegres seríamos guardiões do pote de ouro no fim do arco-íris. E com as sete cores, pintaria os teus dias, todos os teus dias! E as noites seriam mil e uma e duas e três... sobre um tapete voador...
E quando cansássemos poderíamos dormir um sono leve, escondidos na cidade das esmeraldas. Somente eu e você, triunfantes diante do mal - do mundo dos homens.
Se quiseres é só seguir até a segunda estrela à direita e ir direto, até amanhecer. E eu estarei lá, a tua espera.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Carta a um antigo amor

Hei,

Sim, você me assustou.Depois de tantos anos, de tantos desencontros e encontros no mundo da fantasia, você aparece e desorganiza todo o fantástico mundo de Alice, com suas metáforas e aforismos.Tinha tanta coisa que queria te falar mas que não conseguia (talvez nem consiga hoje) porque nada estava nítido como está agora. E pra falar a verdade não sei se gosto de enchergar tudo assim tão nitidamente, meu astiguimatismo me conforta.Enfim, com você descobri a magia, aprendi a caçar estrelas e saudar o sol com poesia...Com você descobri quantas faces posso ter e o quanto isso é divertido!E não mais do que dois meses,despediu-se e foi embora com seu guarda-chuva encantado, me deixando somente com algumas palavras bonitas que não sabia direito o que significava e nem o que fazer com elas, me senti interrompida, mas naquele momento descobri a arte do improviso.Venho improvisando com meus sentimentos desde então, talvez por não combinar com o figurino nem com a cena.Eu te amei.Amor de mulher, amor de serpente, amor de irmãos...
Quando pedi pra deixar a poesia de lado e ser objetivo é porque estou farta de poesias, estou exausta desse mundo mágico, meu coração está secando e a minha alma escurecendo...sinto a dor da metamorfose de Kafka e não sei quando passará e se passará.Queria simplesmente fechar os olhos, voltar para o mundo de Alice e continuar improvisando....


Da sua


Alice

terça-feira, 13 de abril de 2010

Alice tem idéias.
Mil amigos.
Alice tem pelo menos cinco gargalhadas diferentes.
Gosta de estar rodeada.
Gosta de mostrar seu mundo particular cheio de frases impublicáveis.
Alice é uma incógnita.
Um enigma.
No fundo, Alice é como outra menina qualquer atrás de seu gato.
O gato de Alice.
Alice chora. Esperneia.
Se despenteia.
Alice não dorme.
Dança pelo salão.
É perdulária.
Sedenta.
Alice nega.
Alice consente.
Alice ama.
Alice odeia.
Alive vive.
Em seu maravilhoso e fantástico mundo...

O começo do fim ou Boazinha é o caralho

Talvez eu deva, realmente, mudar alguma coisa na forma como estou agindo diante dos meus afetos.
Tenho percebido o quão inseguras são essas pessoas, minhas escolhas para amar. E o quanto eu talvez venha deixando essa insegurança guiar os passos das relações que construo com elas.
Com você, a mesma coisa: eu te vejo penando por dentro. Uma total falta de auto-estima.Parece até não acreditar no quão bom você realmente é. Precisando de provas concretas o tempo todo. Todo dia, uma conquista, uma mulher que caia totalmente pelos seus encantos.
Eu caí. Caí mesmo, porque você é apaixonante, exatamente como disseram outras...
Tão voltado que está pra você mesmo, não percebe o quanto acaba usando quem está ali, inteiramente voltada pra você. Você nem vê!Nem vê...Eu estou com muita raiva agora. E vou mentir se disser que espero que você fique feliz. Eu espero mesmo é que você se foda. Muito!Que essa garota perceba, como eu, que, por enquanto, ninguém vai te fazer feliz. A não ser você mesmo. E que caia fora, antes que se magoe, de novo...Do meu lado, foi bom perceber o padrão... estou cansada de deixar as pessoas tão à vontade para desconsiderar completamente o que sinto. O que eu quero, o que eu sou.De coadjuvante à protagonista...agora sim, começo a entender que ser boazinha não cabe somente em escolher um padrão de relacionamento que exija fidelidade, cafunés, e compromissos - o que sempre achei meio careta.Ser boazinha significa deixar as suas escolhas à mercê do outro. E eu cansei. boazinha é o caralho! Eu não vou continuar sendo sua amiga. Eu não vou mais falar com você. E se você me dirigir a palavra de novo, prepare-se pra ouvir muita, mas muita bosta...Que a minha cota de agüentar otários passou do limite de uma vida hoje...