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Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Despedida


Os meus olhos estão distantes.
Na distância circula determinada grandeza, um toque de irrealidade que carece de lentes para descartar o desespero.
Sempre abracei a tristeza. Que dela, devolvo poema. Devolvo ilusão. Devolvo mágica.
Sai desse nó o desejo de infância renovada, que busco, incompreendida, a cada passo, em cada volta da escada para o infinito.


Os meus olhos estão belos.
Na beleza circula o pranto, um toque de lágrimas que carecem calma de mãe para aplacar a dor.
Não há braços que envolvam o tanto de arbitrariedade necessária para devolver o trabalho, necessário.
O mês que se anuncia pactuou com meus olhos: nublados, como o céu deste doce novembro.


Os meus olhos se desfazem,
chovem as decepções por mim estruturadas, na ingenuidade pragmática que se re-inventa a cada cadafalso, a cada passo em falso, na direção do nada.
A retirada é emergente, a retirada é conseqüente.
E meu olhar, inconseqüente.


Os meus olhos se fecham.
Para os seus olhos.
E não deixam nem mesmo um bilhete.