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Cuidado para não se perder

"Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca. No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali"



Assim falou Alice

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Descobertas

Sempre fui uma amante incondicional da literatura.

Lembro como se fosse hoje, quando Lídia, me apresentou o mundo dos livros, "a casa deles!", ela dizia...
Lembro daquele cheiro de poeira, ou mofo vindo das páginas amareladas...aquilo me encantou e, aos 6 anos, não sabia muito bem o porquê, mas escolhi aquela bibiblioteca como meu refugio...mais tarde vim perceber que o que tanto apreciava naquele lugar era a história que cada um daqueles livros carregavam, a história das entrelinhas, a história marcada por cada pessoa que segurou naquelas páginas, o que sentiam enquanto liam, se choraram, se estavam amando, ou sofrendo, o que tinham comido, como era sua família...
Hoje sei que todo esse amor pelos livros, pela leitura, ajudou construir quem eu sou, uma pessoa sensível ao extremo, carinhosa, muitas vezes extravagante, sonhadora, viajante...
A conversa com esses grandes espíritos do século passado ou até mesmo os de agora, tornou-me um ser verdadeiramente humano, com pele, víceras e falta de ar...
Confesso que me afastei muito dos meus "amigos", dos meus espíritos guardiões nos últimos tempos, mas apesar da distância, tem sido um encontro em grande estilo, e devoro cada palavra, cada vírgula, cada suspiro que me é dito como se fosse alimento para minha esperança...
Essa noite, não dormi direito, me veio pensamentos estranhos...quase uma viagem (estilo Capitão Planeta!), percebi que não sou eu quem escolhe os livros, eles me escolhem, eles tem vida própria, pegam meus e colocam pra fora, me fazem refletir, me acolhem, me acariciam ...
O Gabriel, já íntimo das minhas neuroses, mostrou-me que na solidão "a memória do coração elimina as más recordações e magnifica as boas, e graças a esse artifício, conseguimos superar o passado" e que "um único minuto de reconciliação vale mais do que toda uma vida de amizade", e nesse meu caminhando por essa solidão que se repete conheci um cara muito esquisito e me apaixonei perdidamente, Holden Caulfield, filho de J.D. Salinger, ele me falou coisas que sempre pensei mas nunca falei, talvez por serem "absurdas" tal como eu estar "sempre dizendo: Muito prazer em conhecê-lo, para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas pra seguir vivendo." Fiquei absurdamente envolvida quando tirou do meu íntimo algo que sempre imaginei que "... bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade..." é exatamente isso que tenho vontade de fazer agora...ligar e conversar coisas desconexas, sem sentido, falar de poesia...
Nossa despedida só não foi mais dolorosa porque conheci, um velho e sábio pescador, Sr Santiago e ao desbravá-lo percebi que "um homem pode ser destruído, mas não derrotado" e isso tem me dado muita força e paciência pra lidar com os desafios que a vida tem me imposto ultimamente...
E vou continuar com as minhas andanças literárias, me deixando ser descoberta pelo sarcasmo de Machado, fazer amor com os poemas de Vinícius e cair de cabeça no desconhecido...


P.s.: É bom saber que no meio de uma festa estranha, com gente esquisita, eu adiquiri um amigo que compartilha os mesmos pensamentos e os mesmos anseios que eu!Esse foi especialmete pra você último romântico...

Um comentário:

  1. Mto bom mesmo!
    Grande amiga, grandes textos.. É uma honra poder fazer parte da sua vida.te da sua vida.

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